sexta-feira, 18 de março de 2011

OPERAÇÃO CAVALO DE TRÓIA 1


Então, tá... tem algumas coisas que ficam até difíceis de contar, mas mesmo assim, conversando com o Hélio ontem (o Hélio é um empresário, criador do ESTÁ NO VALE, um Catálogo Eletrônico de Negócios, Empresas e Atividades de São José dos Campos, muito bom, pode acessar www.estanovale.com) falamos sobre alguns "causos" acontecidos. Já contei essas histórias para algumas pessoas e nunca me preocupei em saber se elas saíram do papo acreditando. Sei que você mesmo(a) já  passou por alguma situação em que as pessoas duvidaram, mas bem, você sabe que elas aconteceram,  não é? É assim que vou narrar para você, como se contando ao vivo, o que aconteceu.
Com 20 anos, a vida era uma festa, se bem que aos 15, algumas coisas estranhas já haviam acontecido, mas ainda não tinha me dado conta de que elas eram estranhas. Pra mim era tudo normal, e foi assim que fomos para Guapimirim, que quer dizer, Nascente Pequena.
Guapi, como é mais conhecida, é um município localizado na Baixada Fluminense, na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, fica pertinho de Teresópolis, no pé da serra. O povo original de lá, descendentes dos índios Tamoios, é simples. Faz tempo conseguiu a emancipação de Magé, o que proporcionou aumento na qualidade de vida da população. Existe, lá, uma peculiaridade: Tem a fama de ser aeroporto de discos voadores.
Não me lembro de como fomos até acidade, eu, minha namorada na época, e Marcos, o Malco, primo dela, mas acho que fomos de trem. Era o meio mais fácil e rápido na época, acredito. Se foi assim, pegamos o trem em Marechal, descemos em Deodoro, pegamos o Japeri, saltamos em Paracambi (tá lembrando do samba do Zeca?) e de lá ficamos na estação de Guapi.
Seria a Festa Junina da rapaziada da igreja no sítio da Sonia. Ela adora promover festas. Balões, fogueira, pescaria, brincadeiras e brindes, tudo nos padrões de uma festa Junina, como deveria ser. Depois de muita diversão, noite já avançada, começamos a nos reunir para o papo na varanda antes do sono merecido. A varanda era daquelas de casas do interior mesmo, com aquela meia parede que você fica sentado e conversando horas a fio. Fomos chegando, eu e ela, para o meio da turma. Lá tinha um senhor, de uns 45 anos, no entro da conversa. Ele estava falando sobre Jesus Cristo, expondo sua opinião sobre o dinamismo e caminhadas do Mestre. Nós, muito jovens ainda, calados, escutávamos com atenção, por que a visão dele era diferente. O Jesus que ele narrava, brincava de pique nas ruas, tirava onda no Mar da Galiléia, jogava bola,  isto é, fazia coisas comuns como nós, pensamentos que na minha época infantil não eram fáceis de se ter em nossa imaginação (quero salientar aos mais jovens, que antigamente as histórias e milagres de Jesus não eram apresentadas em DVD's, e muito menos em HD e Blu-Ray Disc, era no flanelógrafo (você sabe o que é um flanelógrafo? Pergunte aí ao seu avô) com aquela estampa paradinha e com a mão para o alto até terminar a história, se ele precisasse se mexer, tipo, andar ou ajoelhar, era simples, só trocvam para a figura respectiva ao momento (tia Cici, viva em minha memória, era mestra nisso, eu adorava). Ele continuou falando, falando, e o pessoal aos poucos foi saindo, até lá pela meia noite, e aí só restamos eu, minha garota e ele. Num repente, a deserção inesperada:
- Vou ali e já volto... Ela disse.
Saiu rapidamente e ficamos sozinhos.
Até aí, nada demais, tudo normal, as coisas começaram a modificar quando ele começou a aprofundar a conversa.
- Sabe, Alexandre (naquela época usava um "l" só), Jesus tem uma luz especial...
Sim, eu sabia disso, mas não sei por que aquele papo estava me deixando meio desconfortável, comecei a achar que não ia acabar muito bem. Ele continuou, mas passou para outro assunto: Os ET's.
Não tinha problema, afinal, eu já havia visto "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (1977) e aquele filme do Spielberg, no qual o menino passa pela Lua voando numa bicicleta com um bichinho feio na cesta, (E.T., 1982) em que aquele ser, de 1,5m de altura, fala repetidamente: E.T... fone... home...
Estava preparado, e ele começou assim:
- Sabe, os alienígenas estão entre nós há muito tempo, eles vivem em colônias aqui na Terra.
- Mas, como isso?
- Ah, eles aterrisaram, gostaram daqui e resolveram ficar pra ajudar..
- ????????
- Mas, não fique espantado, não eles não querem o mal da Terra..
Espantado, eu?!?!?!?!, nãããããão, eu estava era aterrorizado, suando frio com aquele cara falando aquilo pra mim, cara, era meia noite, tenha dó... Eu olhava pra um lado e pra outro e ninguém vinha me ajudar....
- Mas, puxa, como é que eles vão andar pelas ruas? Perguntei, não dá, as pessoas vão logo ver que não são de outro planeta.
Me diz uma coisa, você já se arrependeu de fazer uma pergunta idiota? É como se a resposta fosse um trem bala à toda velocidade vindo em sua direção sem freio e você, na frente dele, com um escudo de isopor e com aquela cara de "um burro olhando pra um palácio" (by Da. Zilda, minha avó) sentindo o estrago em andamento.
- Bom, Alexandre, disse ele (sentia calafrios quando ele falava meu nome e toda hora ele repetia), eles podem se disfarçar para se infiltrar na população.
- Como assim? (CALA ESSA BOCA MANÉ!)
Aí ele começou a descrever como. Tenho uma sugestão: Leia o trecho abaixo, fazendo os movimentos descritos pra sentir o efeito do que ele dizia à 1 hora da manhã.
- Bom, (apresentando a palma da mão perto do meu rosto) eles podem ter quatro dedos e implantar um (falava isso enquanto simulava aparafusar seu dedo mínimo na palma da sua mão direita), podem ter três olhos e tapar um (disse esta frase tapando o meio da testa com a mão)...
Nesta senti arrepios, pensei que tinha acabado, mas a pior das frases ainda estava por vir.
Ele falou, depois de uma pausa longa, por que ele falava tudo isso fazendo pausas, disse:
- Eles podem estar conversando com você agora, neste momento e você nem perceber isso... E ficou olhando pra mim fixamente.
Pausa longa, beeeeem loooooooooonga...
- ??????????????????????????????????????
Olha, só, nessa hora, não teve jeito, chamei a menina pra ficar comigo ali, pra não sair correndo.
Ele viu que ela já chegava e foi terminando a conversa assim:
- Bom, hoje recebi uma mensagem (???), quer dizer, um telefonema, e me deram a  missão de encontrar uma pessoa nesta festa, e essa pessoa é você, Alexandre. Minha missão já foi cumprida. Nós temos uma reunião no prédio da Av. Chile, no centro, no prédio de uma grande empresa brasileira (reservo-me o direito de preservar o nome da empresa na qual eles se reuniam), no quinto andar, todas as Quintas, às 19h e você está convidado para participar com a gente dessas reuniões sobre UFO's, eles(?) estão esperando você (como assim eu?!?!). A menina estava mais perto e ele continuava rápido:
- Até lá, leia o livro "Operação Cavalo de Tróia 1", é um bom livro do J. J. Benitez, mas você tem que lê-lo, Tô falando rápido, mas sei que você não vai esquecer do nome.
Este era o complemento do recado.
Quando ela chegou eu estava gelado e a abraçava de forma que ela ficasse bem perto de mim. Ele sorriu, olhou pra mim, se despediu e foi andando na direção do portão. Aí ela perguntou:
- O que aconteceu? Você está gelado...
- Nada, nada, nada não... 
Saímos dali e fomos dormir, isto é, só ela conseguiu dormir, né.

Acordamos, e eu louco pra sair daquele lugar. Tomamos café, e aí sim me lembro bem, voltamos de trem. Marcos fazendo as brincadeiras de sempre, quase perdendo o trem em cada estação que ele parava, pois saltava dava uma volta lá fora e voltava entrando no vagão com o trem já em movimento, ela rindo das palhaçadas do primo e eu só olhando da porta do trem "macaquinho", aquele feito de madeira e é puxado por uma locomotiva, que não fechava as portas.
Mas um coisa não saía da minha cabeça, mesmo que lutasse para esquecer:
Operação Cavalo de Tróia 1.

Um comentário:

  1. Cara muito estranho...
    Muitoooo..
    Mas e ai, você leu o livro?
    Chegou a se reunir com o pessoal?
    Essas histórias me deixam curioso!!
    Muito bom!!

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